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MARIA NA OBRA DE SANTO AFONSO

Na proposta espiritual de Afonso, Maria ocupa o lugar importante que lhe outorga a Palavra de Deus na história da salvação; mas, também, o que a sensibilidade cristã do povo soube dar-lhe ao escutar essa Palavra e meditá-la em seu coração.



Santa Maria Mãe de Deus, 1 de janeiro.
Santa Maria Mãe de Deus, 1 de janeiro.

Nas Meditações de Advento, Maria é a Mulher eleita pelo Pai para dar-nos seu Filho, ao cumprir-se a plenitude dos tempos, e para receber n’Ele a filiação adotiva (Gl 4, 4-5). É, também, a humilde serva do Senhor que faz de sua vida um Sim total.

No Natal, o coração napolitano de Afonso se faz música; mas sobretudo contemplação profunda do mistério. Ele escreveu a mais universal das canções cantadas por seu povo diante do presépio de Belém, Eis que lá das estrelas... E a canção de ninar de Maria diante do Menino adormecido. Isso revela a capacidade de ternura do profundo teólogo diante da Palavra feita carne nos braços de uma mulher, a Mãe.

Nas Meditações sobre a Paixão o centro é Cristo, o mistério da Redenção. Maria ocupa o lugar que lhe dá o Evangelho. Junto à cruz de Jesus, de pé, renovando o seu Sim, aceitando, com a mesma fidelidade do começo, a maternidade do Igreja que lhe oferecida pelo Filho. Afonso comenta repetidamente as palavras de Jesus – Eis aí teu filho. Nas Glórias de Maria escreve: “Eis aí o homem que nasce para graça pela oferenda que fazes de minha vida para sua salvação”.

Na Novena do Espírito Santo, Afonso vê Maria reunida em oração com a primeira comunidade. É quem mais sabe do Espírito por eu foi o Espírito “quem cumulou de imensos favores a alma de Maria”, a Mãe de Deus, “e quem se dá à primeira comunidade em seus carismas”. Maria é modelo de oração, a grande orante.

A constante referência de Afonso à presença maternal de Maria em seu mistério da salvação nasce daqui: Deus, em seu admirável agir, escolheu Maria para Mãe do Redentor e Mãe da Igreja “esperança e refúgio de todos os redimidos”. Nesse contexto faz suas as palavras de Tomás de Kempis: “no seio acolhedor de Maria, o pobre encontra sua casa”.

Esse é o tema que desenvolve nas Glórias de Maria, a mais universal obra mariana de Afonso e da teologia. Ele mesmo o anuncia, com clareza, na apresentação:

“Querido leitor e irmão em Maria: a mesma devoção que levou-me a escrever este livro move a ti a lê-lo e nos faz a ambos filhos felizes desse boa Mãe...Deixando para outros autores descrever os diferentes louvores de Maria, optei por falar de sua grande piedade e de sua poderosa intercessão”.

Finalmente, no esquema de Afonso, Maria é a forma perfeita de viver alegremente o Evangelho das Bem-aventuranças; por isso “só é verdadeiro devoto e filho de Maria” quem a toma como modelo no caminho do seguimento de Cristo.



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