O Pai Celeste, Jesus Cristo, o Discípulo vencedor (Parábola do Juízo Final), três ícones da Misericórdia que nos ajudam a entender a afirmação acima. A moral evangélica tem no amor o seu coração: “Sede perfeitos, sede santos, sede misericordiosos como o Pai Celeste”. “Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados, e vivei no amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós como oferta e sacrifício de suave odor” (Ef. 5,1).
O Pai Celeste - Criador onipotente, justo, mas misericordioso, diante dele o mundo é um grão de areia na balança, uma gota de orvalho na manhã. Surpreendente é que desta onipotência diante de suas frágeis criaturas é que brota a misericórdia. A raiz desta misericórdia é seu amor a este mundo inacabado, inseguro, mas o seu mundo escolhido: um amor que leva a aventurar-se à encarnação.
Jesus Cristo - É a misericórdia do Pai, manifesta em pessoa. A cena da despedida do falecido amigo Lázaro... Duas atitudes de Jesus: chora e confia no Pai. Chora, porque sofre com a ausência do amigo, sofre a dor dos amigos presentes e a impotência de todos diante da morte. Movido de compaixão, usa de seu poder de Filho querido, certo de ser atendido pelo Pai, em sua misericórdia: ... “Tirai a pedra!”. “Lázaro vem para fora” ... “Desamarrai- o!”.
A cena da cruz, seu momento mais frágil e humano, mas também, quando mais revela sua divindade: pois mostra o verdadeiro rosto de Deus: Amor. “O mistério pascal é o mistério da misericórdia divina” (Santo João Paulo II). Jesus tirou a pedra do túmulo de todos e abriu a porta da misericórdia para todos.
O discípulo de Jesus, vencedor (Vinde benditos de meu Pai!). Vencedor, porque fiel a seu mandamento do amor ao irmão; um mandamento revolucionário que dá acesso a Deus por via profana: amar como Jesus numa relação vivida no amor serviçal, mesmo antes de conhecer Jesus “Quando foi que isto aconteceu?” (Mt 25, 37).
Misericórdia, caminho universal para Deus, indispensável, salvífico.
Pe. Jésu Ferreira Assis, C.Ss.R.
