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São Geraldo e o Pão Multiplicado


Na Basílica de São Geraldo, além de sua beleza arquitetônica, os romeiros encontram um espaço especial para a oração, meditação e contemplação. É um monumento de fé e piedade que mobiliza à prece e ao louvor. É como dizem: “Ninguém deixa o Santuário, é uma constante, sem momentos de reflexão mais aprofundada, sem levar consigo para casa um certo sentimento de encontro ou reencontro com Deus, ou uma mensagem de fé e espiritualidade”.


A luz que vem do exterior perpassa os vitrais coloridos produzindo um ambiente místico e de elevação. Percebe-se beleza e harmonia nas pinturas, que além de retratarem os fatos mais importantes da vida São Geraldo, apresentam temas de espiritualidade e de fé.


Para quem entra na Basílica, no início da nave direita, terá a oportunidade de apreciar, na parede, um dos episódios interessantes da vida de São Geraldo. “Bateu o santo à porta de uma senhora muito pobre; pediu pão, mas a mulher alegou a sua extrema pobreza, dizendo que não tinha para si nem mais uma fatia. A pobre possuía apenas um pouco de farinha que acabava de chegar do moinho. Geraldo mostrou-se admirado com a desculpa da mulher. “Como” – exclamou – “não tendes nada! Então a vossa caixa não está cheia de pães?”


- “Está vazia, não há nenhum pedaço dentro” – replicou a mulher, e para convencê-lo, conduziu-o até o lugar do depósito e mandou-o abri-la. Geraldo o fez e, ó prodígio, havia pão em grande abundância. Um grito foi a expressão de espanto e da alegria da mulher diante daquele milagre. É escusado dizer que a pobre ofereceu ao Irmão daquele pão prodigioso com todo o respeito e generosidade”.


Percebemos que o relato e a pintura são portadores de uma mensagem carregada de significados que está para além de uma simples informação de um milagre. Sabemos que nesta época São Geraldo estava arrecadando dinheiro para as obras da Congregação, mas bateu à porta de alguém que não tinha o suficiente para si mesmo. E nesse fato, aparece uma característica que está sempre presente na vida de Geraldo: a ajuda aos irmãos mais necessitados, mesmo quando ele próprio passava por dificuldades.


Muito interessante o depoimento de Pe. Caione, por ocasião de um rigoroso inverno no de 1755: “Por causa de extrema penúria, devido ao grande frio do duro inverno, acorriam à portaria de nosso convento mais de 120 pobres cada manhã. E é quase inexprimível a grande caridade com a qual Geraldo se compadecia deles e os socorria nas suas misérias. Ele se fazia tudo para todos; consolava-os com palavras do paraíso e os instruía nas coisas da fé, fazia-lhes uma fala devota e finalmente dava-lhes a esmola e os mandava embora duplamente consolados”.


Que São Geraldo interceda por nós, para que, seguindo o seu exemplo, sejamos solidários e fraternos com os nossos irmãos e irmãs.

Pe. Américo de Oliveira, C.SS.R.

Reitor da Basílica de São Geraldo

Curvelo/MG


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