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Cultura do Encontro


(Os operários, 1933, Tarsila do Amaral)

Quem é o meu próximo? ... É o fruto de um ato consciente de aproximação, concretiza-se, saindo do próprio caminho e entrando na rota do outro para serví-lo no amor. Vivemos num mundo cada vez menor, facilitando a aproximação e o encontro. No entanto, a sociedade humana dá sinais inquietantes de desencontros: luxo extravagante de um lado e miséria degradante do outro, marginalizações sociais, conflitos ideológicos e religiosos.

O Papa Francisco, elaborando uma cultura do encontro, tem observações ricas sobre o papel dos “mais média” neste terreno. A internet oferece amplas possibilidades para essa cultura do encontro. Francisco salienta, por exemplo alguns aspectos problemáticos no mundo digital: a rapidez das informações dificulta sua compreensão, a variedade das mesmas pode levar ao selecionamento só daquilo que bate consigo mesmo, e o desejo compulsivo, e até neurótico, de estar conectado, acaba isolando até daqueles que estão mais próximos fisicamente.

Algumas conquistas humanas no ambiente digital ajudarão a crescer em humanização: recuperar o sentido da calma e da pausa e o silêncio para ouvir o próprio interior, onde fala o Espírito Santo. Como podem os meios de comunicação social estar a serviço de uma cultura do encontro? O Papa vê as “estradas digitais” como estradas congestionadas de humanidades feridas, em busca de socorro e libertação.

É por estas estradas que o testemunho cristão pode chegar às periferias existenciais. Este testemunho cristão não se faz com uma saraivada de mensagens religiosas, mas com a vontade de parar com alguém, para dialogar, se alegrar ou chorar junto. O Papa oferece a parábola do bom samaritano como ícone desse novo comunicador missionário e termina com um apelo: “Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital” (Cfr. Caminhar com Jesus).

Pe. Jesú Ferreira Assis, C.Ss.R.


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