Uma visita ao Presépio é a grande oportunidade de sentirmos a ternura de Deus que nos envolve e nos encanta. Basta observar o olhar das crianças, que por um momento, ficam quietas e caladas, apenas na contemplação.
O Presépio fala por si mesmo, despertando o que temos de melhor dentro de nós mesmos. São Francisco, sempre guiado pela inspiração divina, criou o primeiro presépio por volta do ano 1250. Tão perfeito foi o seu trabalho que até hoje conservamos, praticamente a mesma representação.
Ao centro do Presépio fica a manjedoura, lugar que Nossa Senhora e São José colocaram o menino Deus. Junto a ele estão os animais, representando o amor e o cuidado que Jesus desperta em todos os seres viventes. Num ponto estratégico que representa a entrada da gruta, vemos a estrela. Ela representa a estrela guia que orientou a caminhada dos reis magos ao encontro de Jesus, mas representa também a luz de Deus que, a partir da gruta, vai iluminar o mundo. Com uma presença discreta, vemos ali os pastores, que ao receberem a notícia do nascimento de Jesus foram correndo ao encontro dele. O Evangelho diz que, depois de visitarem Jesus, eles voltaram “louvando e glorificando a Deus”. As imagens dos três reis magos apresentam uma curiosidade, inicialmente elas estão mais distantes do menino Jesus, na medida em que se aproxima o dia do Natal, essas imagens são colocadas, cada dia, mais perto do menino Deus. Parece um gesto simples, mas tem grande significado, pois, os magos, representam a humanidade chamada a caminhar ao encontro de Jesus. Um deles era negro, representando o continente africado. Outro era branco, representando o continente europeu. Outro era amarelo, ou pardo, representando o continente asiático. Os magos representam as maiores lideranças dos três continentes conhecidos na época, representam os poderes terrenos que se curvam em reverência ao filho de Deus que tem todo o poder no céu e na terra.
Os três reis levaram presentes para Jesus. Um levou ouro. Quando um rei ia visitar outro rei, levava-se ouro como sinal de reconhecimento da realeza do outro. O segundo rei levou incenso. O incenso só era usado no Templo para ser apresentado a Deus, portanto, aí estava uma manifestação de reconhecimento que Jesus é Deus. O terceiro levou mirra. Esse presente deixou Nossa Senhora preocupada. A mirra era usada para dar, misturada com vinagre, aos condenados a morte violenta, para aliviar um pouco suas dores e sofrimentos. Aquele presente completava a revelação do mistério de Jesus; Ele é rei, por isso recebeu ouro, ele é Deus, por isso recebeu o incenso. Mas ele vai sofrer muito, por isso recebeu a mirra.
O mistério de Deus é-nos dado a conhecer desde os primeiros momentos da presença de Jesus no mundo. Um mistério de amor e de ternura que nos envolve e nos encanta. É nesse mistério de amor que buscamos forças para transformas nossas vidas.
Façamos uma visita ao presépio. Vamos nos deter alguns minutos ali, em contemplação. Vamos levar nossos presentes a Jesus. Hoje ele não precisa mais de ouro, incenso e mirra, ele espera que apresentemos a ele nosso coração aberto para ele enchê-lo de amor. E ao sair da frente do presépio, possamos fazer como os pastores, ir ao encontro das pessoas, “louvando e glorificando a Deus”!
A você e a toda sua família, um Feliz e Santo Natal! Abençoado ano novo!
Pe. Vicente André, C.SS.R.
Curvelo/MG
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