Sobre a participação ativa dos fiéis na liturgia
“Um dos intentos fortes do Concílio Vaticano II era levar os cristãos a compreender a grandeza da fé e a beleza do encontro com Cristo; com esse objetivo, sob a guia do Espírito Santo, lançou mãos a uma adequada renovação da Liturgia, pois é dela que a Igreja incessantemente vive e é graças a ela que se renova”. (Papa Francisco)
A reforma litúrgica do Concílio Vaticano II se dedicou muito ao tema da participação ativa dos fiéis. O número 48 da Sacrosanctum Concilium (documento-fruto das conclusões do Concílio, promulgada pelo Papa Paulo VI em 4 de dezembro de 1963) afirma: “Por isso, a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não assistam a este mistério de fé como estranhos ou expectadores mudos, mas participem na ação sagrada consciente, piedosa e ativamente, por meio de uma boa compreensão dos ritos e orações; sejam instruídos na Palavra de Deus”. De lá para cá não faz sentido a expressão “assistir a Missa”, todos participamos de maneira consciente, todos celebramos mesmo no silêncio. Quem celebra não é somente o padre. Somos todos nós. Ainda na Sacrosanctum Concilium em seus números 30 e 31 temos que: “Para promover a participação ativa, cuide-se de incentivar as aclamações dos fiéis, as respostas, a salmodia, as antífonas, os cânticos, bem como as ações, gestos e atitudes. Seja também observado, a seu tempo, o silêncio sagrado. Na revisão dos livros litúrgicos, procure-se que as rubricas prevejam também as partes dos fiéis”. Os padres conciliares tinham a total clareza da necessidade de promover a formação litúrgica e a participação ativa. O número 14 diz assim: “É desejo ardente da mãe Igreja que todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação na celebração litúrgica que a própria natureza da liturgia exige e à qual o povo cristão, ‘raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido’ (1Pd 2,9; cf. 2,4-5), tem direito e obrigação, por força do batismo. A esta plena e ativa participação de todo o povo cumpre dar especial atenção na reforma e incremento da sagrada liturgia. Com efeito, ela é a primeira e necessária fonte, da qual os fiéis podem haurir o espírito genuinamente cristão”. Na assembleia de fé todos são agentes da celebração, segundo a diversidade de ministérios, funções e serviços. A participação litúrgica, consiste em que todos se sintam vitalmente comprometidos e exerçam aquilo que, de fato, lhes compete, pela natureza da ação e pelas normas da liturgia. A participação consciente, ativa e plena é um direito e um dever que assiste a todos os membros do povo celebrante.
Pe. Paulo Morais, C.SS.R. Curvelo/MG