“Cristo nasce da alegria de Deus e morre e ressuscita para trazer alegria a este mundo contraditório e absurdo.”
(Jürgen Moltmann)
Teilhard de Chardin, teólogo e cientista, classifica entre os indivíduos na busca da felicidade, o “Ardente”, aquele que vê o mundo em transformação, em desenvolvimento; sua felicidade é entrar na jogada, caminhar junto: “criar” também. Cai bem no discipulado de Jesus, que indica o rumo da felicidade: Crescer na medida do Pai. Para isto necessita da espiritualidade, não no sentido da religiosidade ou da piedade, mas no sentido de uma relação vital com o Espírito de Deus presente: experimentando Deus como fonte da vida em cada experiência humana (Efr. Jürgen Moltmann). Comentando Moltmann, seguimos Pe. Pagola (“O Caminho aberto por Jesus”). ...Viver em contato com o Espírito de Deus leva a uma espiritualidade que não prescinde dos sentidos, dos sentimentos, das alegrias da vida. É viver afirmando o amor à vida, lutando contra tudo que a ameaça. Uma vida libertada, aberta, comparecendo junto aos necessitados e sofredores. Esse amor à vida gera a paz existencial. Uma alegria interior, abrangente, porque em Deus nesta caminhada, alegrias vão se sucedendo: viver, amar, serviço aos irmãos, misericórdia, discipulado com Jesus, oração, silêncio, festas solidárias, momentos prazerosos, etc. Emerge uma energia nova, na robusta expressão de Moltmann,” Energia erotizante”. A razão de tudo é que Deus é amigo da vida, desta vida aqui, senão ele não a criaria e não se aventuraria a encarnar-se. Concluindo com o Pe. Pagola: “Esta experiência espiritual dilata o coração, com ela começamos a sentir que nossos anseios e expectativas mais profundos se mesclam com as promessas de Deus, em Jesus, nossa vida finita, limitada, abrindo-se para o infinito. Então, descobrimos está certo que santificar a vida não é moralizá-la, mas vivê-la a partir do Espírito Santo”. É para isto que fomos batizados por Jesus (S. João Batista).
Pe. Jésu Ferreira Assis, C.Ss.R.