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SÃO GERALDO E O LADRÃO ARREPENDIDO


São Geraldo recebeu de Deus muitos dons especiais, como por exemplo: a bilocação, os êxtases, a sabedoria infusa, a profecia, o de ler os pensamentos e os corações das pessoas próximas, como também, das que estavam distantes. Sua existência fora marcada por muitos fatos extraordinários, mas vividos com extrema discrição, pois ele sempre fugia do espetáculo, do sucesso e do show. O centro de sua vida era Jesus Cristo e seu objetivo era o anúncio da Boa Nova do Evangelho. Tudo o que fazia era unicamente para a glória de Deus. Não perdia a oportunidade de trazer para a Igreja aqueles que estavam afastados dos sacramentos. Quando tinha a oportunidade de participar das missões, trabalhava incansavelmente, como afirma o missionário redentorista Pe. Braz Delfino: “Cem missionários, tarimbados na profissão, não conseguiam tantas e tão duradouras conversões como este missionário de ocasião”.

Contam os hagiógrafos que certa vez Geraldo estava voltando de uma de suas andanças missionárias e passou por um atalho dentro de uma mata. Ele estava muito cansando, com as roupas surradas, o hábito redentorista em molambos, o capote em farrapos, um velho chapéu sobre a cabeça e nas mãos trazia um livro velho de orações.

Pelo mesmo atalho vinha um bandido, que vivia escondido nos matos, foragido da polícia, e roubava nos sítios e de quem o encontrasse pelo caminho. Vendo Geraldo naqueles trajes, tomou-o por um feiticeiro que procurava um tesouro precioso, isso o fez pensar que havia chegado a sua hora de se tornar um milionário. Então, pergunta a Geraldo:

- “Se procuras algum tesouro, aqui estou pronto a ajudá-lo e a acompanhá-lo”. Respondeu-lhe Geraldo:

- “Pois bem, vou arranjar-lhe um tesouro. Foi até muito feliz para mim este encontro, pois o tesouro já está descoberto”.

Assim relata um hagiógrafo de São Geraldo:

“Entraram ambos sob um arvoredo que bordejava o caminho e, chegando ao sítio mais frondoso, Geraldo pousa misteriosamente seu capote no chão e ordena ao aventureiro pôr-se de joelhos e de mãos postas. Diz-lhe: “Prometi-lhe um tesouro, vou cumprir minha palavra”. Mostrou-lhe, então, um crucifixo, dizendo: “Eis o tesouro que perdeu há tantos anos”. Então, pondo-se a descrever-lhe o triste estado de sua pobre alma, exortou-o a voltar para Deus. O pecador, tocado pela graça, começa a chorar e agradece a Deus ter-lhe feito encontrar um santo e vai descarregar a carga de seus pecados aos pés de um confessor em nossa casa de Deliceto”.

Os devotos de São Geraldo podem contemplar esta cena em uma das belas pinturas das paredes da sua Basílica, em Curvelo. Seu objetivo é mostrar o dinamismo missionário do Irmão Geraldo. Por onde passava, ele irradiava o seu amor a Deus, atraindo multidões que, sedentas, iam à sua procura para escutá-lo. Nas missões era comum os padres missionários recomendarem aos pecadores mais resistentes: “Ide falar com o Irmão Geraldo”. Certa vez, o bispo de Melfi, D. Teodoro Basta, afirmou: “Vale mais uma conversa com o Irmão Geraldo do que um sermão de quaresma completo”.

Que inspirados na prática missionária de São Geraldo Majela, sejamos testemunhas do Redentor junto aos pobres e mais abandonados.


Pe. Américo de Oliveira, C.SS.R.

Reitor da Basílica de São Geraldo

Curvelo/MG

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