Os sinos são muito importantes numa Igreja. O seu ressoar nos desperta para a oração de louvor a Deus e à Virgem Maria. Antes deles, as pessoas eram convocadas para os momentos litúrgicos com matracas e trombetas. Somente no século XV, que os monges passaram a usar os sinos para chamarem os fiéis para a oração. E a partir sec. XVIII, começou a tradição de abençoar os sinos, dando-lhes o nome de um santo ou de um anjo.
Os missionários redentoristas chegaram, em Curvelo, em 1906. Havia, na Igrejinha do Rosário um velho sino. Mas, como afirma o Pe. Alberto Vieira, no livro Curvelo do Padre Curvelo, de “tanto ser malhado pelos coroinhas, José Nazareno e o Benedito Canabrava, com um prego de fixar trilhos nos dormentes da E.F.C.B., aconteceu o óbvio. Acabou-se por rachar-se. Em seu lugar o Irmão Werenfrido dobrou um vergalhão de ferro em forma de triângulo, que serviu de sino (dependurado num poste, em frente da Igrejinha) até o novo chegar”.
Em 1917, chegou de São Paulo, o novo sino, que fora fundido pela firma “Ângelo Ângeli” no ano 1916. Recebeu o nome de São Geraldo, trazendo em alto-relevo a imagem do santo. Foi abençoado no dia 12 de agosto de 1917, com grande festejo e com o sermão do Cônego Rolim.
Aproximadamente por trinta anos, o Sino São Geraldo ficou sozinho na majestosa torre da Basílica, até que em 1946 chegaram os três sinos novos, feitos em Sorocaba (SP) pela empresa “Sinos Samassa”. Estes foram fabricados em 1945, cada um recebeu o um nome de consagração: São Geraldo, Santo Antônio e Santa Terezinha.
Acompanhemos o relato do missionário redentorista, Pe. Alberto Vieira.: “Era tarde. À hora do “Angelus”. Um sábado, dia 20 de junho de 1946. Dentro de instantes ia fazer-se ouvir do alto da grande torre do Santuário o novo carrilhão saudando a Virgem Maria! O povo já sabia e aguardava o acontecimento. O fogueteiro, também.
E eis que de repente o carrilhão começou a dobrar festivamente. Uma pequena multidão vibrava na praça, nos ares espoucavam foguetes e os morteiros abalavam a cidade, enquanto na sacristia, o nosso José Nazareno suava pendurado na corda do sino grande lembrando o “Sineiro de Notre-Dame” de Paris.
Grande tarde. Tarde de inesquecível aquela para o povo de Curvelo.
Desde então esses quatro sinos de admirável sonoridade compõem o maravilhoso carrilhão, que empresta às grandes solenidades da Basílica um realce todo especial”.
Portanto, são sinos preciosos, portadores de uma linda história. Temos a responsabilidade de zelar pelos Sinos da única Basílica do mundo dedicada exclusivamente a São Geraldo Majela. Por isso, eles passam por uma profunda restauração. Para esta reforma, várias peças e equipamentos vieram da Itália. A estrutura de sustentação que é de madeira, será de ferro. Nos últimos anos, os sinos funcionavam manualmente, agora, pelo sistema de automação.
Expressamos nossos agradecimentos aos devotos de São Geraldo que colaboram com este audacioso projeto de restauração dos sinos. Que São Geraldo interceda por todos nós, para que continuemos cuidando zelosamente de sua casa, está linda Basílica, situada no coração de Minas Gerais.
Pe. Américo de Oliveira, C.SS.R.
Reitor da Basílica de São Geraldo
Curvelo/MG
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