Caro devoto amigo de São Geraldo, saudações! Ainda em tempos pascais e no mês dedicado a Maria, uma partilha sobre um dos escritos de Santo Afonso. Abaixo você poderá ver um pouquinho da devoção que Santo Afonso tinha com Maria e o que ele deixou aos seus confrades (membros da Congregação Redentorista).
A primeira pergunta a se fazer é: Porquê Glória? Por que somente uma pessoa como Maria na simplicidade e consciência de seus atos, consegue exprimir a totalidade do amor de Deus, tornando-se digna de receber as glórias a Ela dispensada. Neste caso, Maria, recebeu e continua a receber as honras que também nós a oferecemos!
Santo Afonso nos dá de presente esta bela obra, na qual ele nos ensina que a Mãe de Deus é digna de receber nosso louvor. Por meio do livro, ele nos orienta a “avivar e popularizar a devoção à Mãe de Deus no meio do povo fiel”. Mais tarde, ouviremos do Papa Pio IX a seguinte tarefa “façam-na conhecida de todos”.
Temos ainda uma convicção de que “a Virgem é tão grande e sublime, que, quanto mais a louvamos, ainda nos resta a louvar”. Prova disso é a reflexão a nós oferecida por meio da Salve Rainha.
Salve Rainha, Mãe de Misericórdia; é Rainha, pois é ela mãe de nosso Jesus Cristo, que nós acolhemos como Rei cheio de Misericórdia. Ela nos foi dada como alívio dos pecadores. Seu amor por nós é imenso! Ela se revela toda caridade e se nós somos filhos de tão boa mãe, devemos também rejeitar o pecado.
Vida e doçura nossa; alcançamos quando compreendemos que a suavidade e o conforto, nos é realmente dado por meio de uma vida de perseverança. Sendo assim, Esperança nossa, pois ela intercede por nós, oferecendo-nos refúgio, auxílio e consolo. Tendo esses auxílios, nós entendemos que em Maria está o socorro nos apuros da vida. A vós bradamos, os degredados filhos de Eva; eis o motivo pelo qual, devemos invocá-la sempre. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas; recorremos, pois é vontade de Deus.
Sendo vontade de Deus, Eia, pois advogada nossa; o filho não rejeita o pedido feito pela mãe. Aqui vemos que ela é consolo, é amável, clemente e suave. É advogada nossa e mais; “é ela um tesouro infinito para os homens do qual os que usaram têm sido feitos participantes da amizade de Deus” (Sb 7,14).
A nós volvei esses vossos olhos Misericordiosos, a misericórdia de Maria, nos faz ver os olhos misericordiosos de Jesus, que é o bendito fruto do seu ventre. Por isso; depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre. Só um ventre misericordioso poderia receber o autor da misericórdia.
Ó Clemente, ó piedosa; Maria é compassiva e liberal. Em outras palavras, em Maria está a confirmação da nossa salvação. Estando ela próxima do Filho e do Pai, ela nos livra dos castigos. Dispensa-nos Graças e espera que a procuremos como intercessora. Ó doce Virgem Maria, nela temos a suavidade, a doçura e o amor. Por isso seu nome é sinal da graça de Deus e mais, é confiança e fé.
Na segunda parte, ou se preferirmos, nos tratados em que Afonso nos apresenta o que se falar das Festas de Maria, vemos com que grande amor, homens de séculos passados a honraram. Afonso nos mostra que realmente vale a pena guardar tais datas, pois elas dizem de uma Manifestação Amorosa de Deus para com a Virgem! Nós também podemos expressar tal amor para com ela. Basta-nos reconhecermos, verdadeira e humildemente, que ela foi e é Imaculada.
Maria é Filha primogênita do Pai Eterno! Com certeza, diante do Pai, Ela foi agraciada porque foi Mãe e templo do Filho Amado. Imaculada, pois seu ventre foi digno de receber um Deus puríssimo. Em suas demais celebrações, veremos que nosso amor para com a Virgem deve ser um amor de filhos, que reconhecem a grandiosidade da mãe. Esta Mãe foi escolhida! Se preferirmos, foi “eleita Mãe do Verbo Divino”, medianeira dos homens e expressão de fidelidade à graça Divina.
Em toda a sua vida, Maria se ofertou a Deus inteiramente. Sua oferta foi e ainda é, “primícias da Graça redentora!” Como sabemos, ela se fez arca viva de Deus! É Dispensadora de bens. Ela encontrou a graça iniciada que é o próprio Deus feito Filho em seu ventre e nos dá a conhecê-lo. Suas festividades nos mostram uma mulher obediente, fiel, agraciada e aberta à vontade do Pai. Nós também podemos ser assim! Basta que em nossas vidas, nós nos comprometamos a fazer e a querer o que quer o Pai, como Ela o fez.
Suas dores são expressão da humanidade. Maria, sendo mãe, sofreu e continua a sofrer as agressões praticadas contra seu Filho, ou seja, sua alma foi e ainda é flagelada todas as vezes que o desagradamos. O filho teve o corpo sacrificado pela morte; Maria teve a alma sacrificada pela compaixão. Em outras palavras, Jesus suportou dores em seu corpo (carne) e Maria em seu coração! Volto a dizer expressão de sua humanidade, pois, ela estava inteiramente ligada ao Filho e por isso, a suas dores! Como vemos no livro: “a alma de Maria (humanidade) estava inteiramente ligada ao Filho (seu objeto de amor)”.
Por fim, o que dizer de tal obra? Digo que devemos, sim, nos apegar a esta Boa Mãe! Ela, diante da graça de Deus, foi agraciada também de virtudes e todas estas virtudes são conselhos evangélicos que Maria adotou e assimilou em sua vida. Podemos ver nas virtudes de Maria a gratuidade diante da “Dadidade” (as ofertas feitas por nosso Pai). Aqui uso o termo de doação usado por João Batista Libanio, para reafirmar que realmente “é impossível que se percam aqueles que se fazem devotos de Maria”, pois ela esta sempre disposta a nos conceder dádivas e não tenhamos duvidas, Maria é agraciada!
É-me difícil dizer de tão grande Mãe! Para finalizar, me aposso das mesmas palavras de nosso pai Santo Afonso, expressando e pedindo que em mim se faça a Vontade do Pai: Ó bela rosa, mostrai a vossa misericórdia: já que me amais tanto, fazei que meu coração se inflame de tal modo no vosso amor, que chegue a morrer por vós!
Que a Virgem interceda sempre por nós!